quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

VIAGEM AO CRATO

Foi-me oferecido por um colega e grande amigo, um voucher para as pousadas de Portugal (apesar de já estarem fora de prazo, eles até aceitaram que os usássemos). Depois de muita ponderação e visionamento na internet... acabámos quase por fazer moeda ao ar, de tantas e tão belas pousadas que temos por este canto da Europa. Bem, na verdade escolheu a Catarina... devia de estar à procura do príncipe por lá...Escolhemos a pousada Flor da Rosa, no Crato (www.pousadas.pt).
Então lá fomos nós a mais uma aventura por terras alentejanas. Como qualquer expedição aventureira começamos o dia de sábado de nuvens escuras com uma avidez de conhecimento que apenas se reconhece aos amantes de uma boa paisagem, e óptimos sítios para conhecer. A Raquel como não dorme de noite adormeceu assim que chega ao carro e acordou já estávamos a chegar a Mação. Não paramos em Almourol, nem na Vila Nova da Barquinha, pois fazíamos questão de passar por lá, no regresso a casa... para apanhar o por do sol no castelo.
Paramos então em Mação. Pena nossa pois não era nada de especial. Achamos muito escura, sem grande relevância arquitectónica, os passeios eram quase inexistentes e muitas vezes a Raquel, que ia pelo seu próprio pé, ia tentando abrir as portas das casas por onde passava… havia duas "igrejas" com algum interesse religioso e com algumas belas imagens, mas pouco mais... nem gentes vi pela rua...
Saindo de Mação, decidimos ir até Belver (normalmente escolhemos o destino por impulso: “Para a direita ou para a esquerda ?”). Apenas sabíamos que era bonito, mas não sabíamos o que esperar, pelo nome devia prometer.
Ainda não tínhamos entrado em Belver e já podíamos vislumbrar o imponente castelo lá ao fundo a defender a vila no topo de um monte... Lindo.
Ao entrar em Belver começamos a ver uns pescadores e deduzimos imediatamente que seria a rio Tejo que tornava esta vila tão especial. Subimos a uma Ermida para termos uma visão completa da Vila e do imponente Castelo, situado em cima de um monte com panorâmica sobre o rio. Com a vista regalada e com uma vontade tremenda de ver o castelo mais de perto e preferencialmente por dentro, descemos até à praça principal, onde estacionámos o carro. Ainda antes de irmos ao castelo presenciámos um episódio lamentável com que cada vez mais nos deparamos, e apesar de não fazer parte deste roteiro, fica o ocorrido, para experiência vivida e como base de alerta. Nessa mesma praça estavam duas senhoras já com alguma idade, numa alegre conversa, quando vem uma terceira senhora "danada da vida" a discutir ao telefone.. entra no carro... liga o carro... engata a marcha atrás... acelera... e só para quando atropela uma das senhoras. Não houve tempo para alertar, mas nós já estávamos com a sensação de que iria acontecer alguma coisa, ainda antes dela ter acontecido. Como estava mesmo ali, fui o primeiro a lá chegar para auxiliar a senhora. Aparentemente só tinha partido a cabeça, não sei se do embate do carro se do embate no chão. Levei a senhora para a sombra e já com populares e amigo junto dela, deixei-a aos cuidados deles e segui para o castelo. Mas não quero deixar ainda o meu repudio por mais uma ou duas situações. Bem, já se sabe que conduzir e falar ao telemóvel... dá no que dá. Mas o pior de tudo foi que... e de certeza é uma cultura de vizinhança que não tendo essa educação não entendo... permitiram que a senhora que provocou o acidente se tivesse ido embora, antes mesmo da policia ter chegado. Não sei que historia lhes contaram, mas... em Lisboa... o que aconteceu era fuga de um local de acidente (crime) e não sei bem... mas a senhora não prestou assistência... quem o fez fui eu e alguns populares... mas devo ser eu que sou implicante e não percebo o tendência para tanta permissividade a maus condutores ou a condutores alcoolizados. Mas seguindo caminho... depois disto tentámos ainda ir ao castelos, mas este estava fechado, porque o funcionário estava de férias... merecidas certamente... mas ficou por se conhecer por dentro, mas por fora, parece-me simples, mas belo e bem conservado. Como estava a chegar a hora do almoço... decidimos fazer pic-nic na Praia Fluvial de Belver. Uma paisagem deslumbrante, o Castelo como plano de fundo, um pouco mais abaixo o comboio a passar, árvores o Rio e o ... silêncio.
.
Íamos nós já a caminho do Crato quando nos lembrámos de que ainda não conhecíamos Marvão e nem por isso ficava muito longe. Marcamos as novas coordenadas no GPS e seguimos caminho.
Passamos de deserto e entramos numa mata de tons vermelhos e verdes, luxuriante, montes com picos escarpados, a Serra de São Mamede. Passamos por Castelo de Vide, mas não paramos.O caminho que levamos até ao Marvão foi feito por uma estrada de calçada, que deduzimos ser a estrada mais antiga. Ao chegar ao topo, mesmo à Vila, ficamos deslumbrados pela paisagem, a não perder de vista do lado Espanhol e do lado Português a Serra de São Mamede. Ficámos ambos maravilhados com a beleza daquela vila a pouco mais de 800 metros de altitude. Tivemos sorte, pois não encontrámos quase turistas nenhuns, o que deu para melhor ver a vila. Ficou prometido um regresso, com possível estadia no interior das muralhas. Ruas limpas, casas bem cuidadas e brancas, uma paisagem lindíssima e de gente simpática. Para melhor imaginarem a vila, pensem na vila de Óbidos, mas sem os milhares de turistas, sem as casas quase a ruir e tudo muito limpo.
Já se estava a fazer tarde e decidimos fazer-nos à estrada e desta vez, definitivamente em direcção ao Crato, mais precisamente à Flor da Rosa, onde nos "aguardavam" na pousada.
A pousada é um edifício lindíssimo. É um castelo, um Convento e o Paço Ducal, todos construídos em distintas épocas, que deram origem a uma obra de arquitectura ecléctica, com uma harmonia de beleza incomparável.
Neste hotel de luxo no Crato consegue-se respirar, em cada recanto, todo o misticismo medieval uma vez que o antigo Convento-Sede do Prior do Crato pertenceu à Ordem Religiosa-Militar de Malta. Fomos muito bem recebidos, todos os funcionários demonstraram uma educação exemplar. A lamentar a falta de acessibilidades para quem tem bebés ou mesmo para quem seja portador de uma deficiência. Há uma rampa de acesso à entrada da pousada, mas para nada serve, visto que depois nada mais há para se poder contornar todos os seguintes obstáculos... ridículo, mas deve ser obrigatório por lei terem uma rampa, mesmo que para nada sirva. Mas em contrapartida tudo o restante era tudo maravilhoso. O quarto era grande, amplo e luminoso. A piscina era enorme e com uma grande esplanada/jardim.
Desfizemos as malas e fomos dar uma volta ao Crato, que tirando o jardim infantil, não tem nada de interesse, só um Forte que nos pareceu estar a ser talvez também transformado em Pousada (pelo menos não fica ao abandono).
Seguimos para Alter do Chão para procurar um restaurante para jantar, pois, nestas andanças todas já eram perto das 19 horas. Localizado o restaurante fomos até a Alter Pedroso para tirar umas fotos ao por do sol. Fomos ao restaurante Pátio Real, onde comemos muito bem. Aconselho os pezinhos de coentrada ou o pernil assado no forno... já lá voltava novamente.
Voltamos estoiradíssimos á estalagem, com o propósito de descansar um pouco, ler e aproveitar os fantásticos e fofos colchões e a roupa de cama quente e suave... mas rapidamente percebemos que não ia ser uma noite fácil... longe disso. A Raquel não pregou olho... estava ainda mais eléctrica que o costume... e não foi nada fácil adormece-la. Como foi o fim de semana de mudança de hora... ela acordou perto das 6 da manhã e ainda tivemos de esperar para poder ir tomar o pequeno almoço. Como seria de esperar a oferta é muita e toda ela excelente. Saliento um aspecto que gostei particularmente no pequeno almoço oferecido. Para além de tudo o que esperamos no pequeno almoço de um hotel, era óbvio o destaque aos produtos regionais: queijos, enchidos, pão... gostei de ver e provar. Um verdadeiro banquete.
No regresso, passámos pela barragem de Montargil, para a conhecer. Muito boa para uma pescaria,pic-nic, ou apenas para um dia bem passado em família e/ou amigos. Aproveitem.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Estadia no Porto

Em abono da verdade e para respeitar o que prometemos e nos comprometemos a fazer, faltou falar do local onde passámos a noite.
Não somos muito exigentes na escolha, basta ser limpo e sossegado, mas este superou as nossas expectativas.
Optámos por economizar nesta saída, e por isso mesmo escolhemos um hotel mais económico. Ficámos no Park Hotel, em Gaia. É perto de tudo, de fácil acesso, e acessível para todo o lado.
Por causa da bebé, reservaram-nos um quarto maior, foram todos de uma simpatia e boa educação irrepreensível, um quarto muito acolhedor, um excelente pequeno almoço. Mesmo que quisesse muito, não encontraria um ponto negativo a apontar-lhes. Voltarei a lá ficar, quando regressar ao Porto, isso é certo.

Fica o link para o seu site: www.parkhotel.pt

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Escapadinha ao Porto

A escolha da capital do norte para primeira escapadinha, não foi totalmente inocente. Somos de Sintra e até nos consideramos Saloios/Alfacinhas, mas foi também propositada a escolha de não começar por falar do que nos é mais próximo. Começámos pelo Porto, porque foi uma cidade que nos marcou bastante e que queremos regressar brevemente. Serve a apresentação desta nossa escapadinha, para tentar dar-vos um pequeno exemplo do que pretendemos fazer daqui para a frente e da forma como o iremos fazer.

Já à muito que andávamos para visitar o Porto, mas... aproveitámos em Junho para lá ir, aproveitando o facto de lá ter (em conjunto com mais 14 autores)uma exposição no El Corte Inglês, sobre o tema “Ilustrar Portugal-Gentes e Locais, por uma causa.”, projecto que me envolvi com intuito de ajudar instituições carenciadas.
Nesse dia partimos bem cedo,tal como deve ser, para aproveitar todos os momentos. Optámos por ir pela A1, por ser a estrada, mais directa e a mais económica... chegámos após mais de 300 km e 3 horas de viagem... já com paragens para a bebé brincar um pouco e para nós esticarmos um pouco as pernas...
Chegámos a tempo de comer qualquer coisa e ir ter ao encontro do, até àquele dia amigo virtual Nuno Sousa. Que se tinha disponibilizado em servir de representante da grande nação do norte e nos levar aos locais mais belos daquela grande cidade.
É uma das cidade de mais difícil orientação que conheço. Mesmo com GPS, senti-me algumas vezes desorientado, por isso, o melhor mesmo é comprar um mapa e circular de metro. Que é excelente: boas condições, regulares e eficientes e com boas acessibilidades.
Muito há para visitar no Porto e muito ficou por visitar, mas desta vez fomos pelos amigos e para fazer um pouco de reconhecimento da cidade.
Começámos pela Casa da Musica. Lisboa já tem um mamarracho arquitectónico... faltava ao Porto também um... e assim nasceu a Casa da Musica (www.casadamusica.com). Feia como tudo, mas muito original por dentro. A Catarina andou sempre lá dentro com um sorriso de orelha a orelha. Estava maravilhada. Aviso já que para quem vai levar um carro de bebé ou se tem dificuldade de locomoção, não vai ser nada fácil visitar este espaço. É ridículo, mas ainda ninguém faz edifícios públicos a pensar nessas necessidades, apesar de ser obrigatório.
Depois de conhecer e explorar um pouco a Casa da Musica, fomos a Gaia, ao El Cort Inglês, ver a exposição de fotografia, da qual participei, conhecer mais alguns amigos e conviver com boa gente.
Como já se estava a fazer tarde, muito havia ainda para ver e não tardaria estamos na hora da ceia... lá fomos nós dar uma pequena volta ao centro do Porto. Ainda deu para dar uma pequena vista de olhos à estação de comboios da Campanhã onde admirámos os fantásticos azulejos da invasão francesa... deslumbrantes, a praça da câmara, a torre dos Clérigos e ainda conseguimos entrar na livraria Lelo. Sim... apenas entrar. Como já passava 30 segundos da hora de fecho... "convidaram-nos" a não entrar... foi pena... mas todos têm direito ao descanso. Percebi.
No Porto só apenas boa gente. Gente simpática e disponivel. Houve um episódio que não esquecerei que lá vivi num parque da cidade. Passei e vi aquele senhor a rezar num banco de jardim, era um rosto tão simpático que não resisti a pedir-lhe autorização para um retrato. Este acedeu de imediato e quando me despedia, desejou-me saúde e felicidade.
Quisemos terminar o dia em beleza e então fomos comer uma Francesinha junto ao rio. Estava tudo excelente: a Francesinha, a companhia, a temperatura e o ambiente. É que era véspera de S.João, então havia festa por todo o lado, com desfile e tudo... bem giro.
Como estava uma noite fantástica, aproveitámos para captar umas fotografias do cair da noite no rio Douro. Um dos rios mais belos do mundo. Aqueles barcos Rebelos são maginificos. Fiquei com a intenção de quando regressar ao Porto, fazer por andar num. Magestosos, já fazem parte da história do Porto e não há quem lá vá e não traga uma foto de um deles. Fazem um postal magnifico.

O dia terminou do lado de Gaia, a ver o corso passar lá em baixo na avenida. O Porto é mesmo uma cidade com vida. Eram milhares de pessoas e divertirem-se e a viver aquele ambiente festivo.

Houve mesmo uns agentes da policia que atenciosamente nos deixaram passar com o carro para um local não permitido, com o proposito de captarmos umas imagens. Até os policias do Porto são simpáticos...
Não deixem de visitar o lado de Gaia Matosinhos, também é muito bonito e muito rico em história e locais visitáveis. Deixo para o fim esta imagem do farol... imagem que espero voltar a captar, mas desta vez com um mar explosivo.Se não for para captar esta imagem, voltarei certamente para reviver esta experiência e conhecer um pouco mais desta bela e grande cidade.

Boa escapadela.